Pessoas Lindas!

sábado, 23 de agosto de 2008

Eu Gosto de Lembrar...

Quantas pessoas conseguem lembrar com exatidão um dos melhores dias de sua vida?
Eu consigo.
Na verdade, em 31 anos, eu tive seguramente dois melhores dias - perfeitos, inesquecíveis, únicos.Alguns podem achar 'pouco' apenas dois dias perfeitos ao longo de 31 anos de vida.
Pois eu digo: foram momentos que vão me dar forças e alegria pela vida toda.

Um, foi o meu casamento.
O outro, é o que eu compartilho com vocês hoje.

Dia 11 de Setembro de 2004.
Foi o dia em que meu irmão Áler, depois de um ano e meio morando em Londres, voltou.
De surpresa, bem no dia do meu Aniversário.
Ninguém da família sabia, exceto o nosso 'irmão' adotivo, o Pereira.
Um amigo de longa data e muito amado, por todos.

Nesse dia, após almoçar com minha família, fui dar minha primeira aula para uma turma que iniciava, aos sábados.
Durante o aquecimento, a porta se abre, um bando de gente entra cantando 'Parabéns pra você...' e, quando olho, lá está o Pereira, carregando o meu irmãos nos ombros.

O que senti, não consigo descrever em palavras.
Mas vocês podem imaginar ao ver essas fotos.
Meu choro, meu abraço, meu sorriso.

Lembro que, eu tentei me levantar, mas não consegui.
Lembro que uma aluna teve que segurar minha mão e me ajudar a beber água, pois eu tremia muito.
Lembro que, enquanto todos choravam, sorriam e comemoravam, eu só conseguia pensar:
"Deus, obrigada por poder abraçar meu irmão depois de tanto tempo."
Meu outro irmão, o Alex, estava ali ao fundo, filmando tudo.

A Kátia, minha aluna até hoje, ficou meio ali, assistindo a tudo sem entender. Era o primeiro dia de aula dela. E essa mesma serenidade e olhar carinhoso, ela tem até hoje. Viveu comigo um momento único e hoje quando eu olho para ela, eu também gosto de lembrar de como todos se emocionaram.

Eu lembro que a ida do meu irmão para Londres foi algo que todos apoiaram, mas ninguém ficou tranquilo. Saudade, gente, é algo que dói e a gente nunca tem remédio para isso, apenas quando é possível abraçar de novo. Ao menos para mim.

Lembro que eu até sonhava, imaginando o dia em que ele ia voltar.
Lembro que a minha primeira mostra de Dança, em Julho do mesmo ano, eu imaginava que ele viria assistir.
Quando cheguei em casa e vi um bilhete com a letra feia dele, eu corri pela casa procurando, queria vê-lo... Só depois percebi que era um fax, e chorei muito, pois realmente achava que ele estava em casa.

Depois de dois meses, ele chegou.
Trouxe consigo sua luz, seu abraço gostoso, sua voz, sua alegria.
Quem nos conhece, sabe que é impossível conhecer apenas 'um' dos irmãos.
Somos três e estamos sempre juntos.

Nossa história, é nossa, é feliz, é verdadeira e intensa.
Mas compartilho com vocês essas imagens, porque eu gosto de lembrar.



Alex, eu e Áler.