Pessoas Lindas!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Do que Transborda o Meu Coração...


Só o que está cheio, transborda.
E já dizia Gil: "É sempre bom lembrar: um copo vazio, está cheio de ar."

Sendo assim, me acalmo.
Não fico mais tentando entender as atitudes de cada um, tentando explicar as minhas, lamentando pelo que foi derramado (transbordado).
Cada um transborda o que está cheio em seu coração.
Se uma pessoa só fala coisas ruins, é o que está sobrando dentro dela.
Se uma pessoa é apática ao extremo, é todo o seu ar que a preenche, transbordando.

Coisa boa ter mais de 30.
Coisa melhor ainda é estar à três anos, com toda frequência que meu escasso tempo permite, frequentando as palestras e, há um ano - e sim, com apenas duas faltas- as aulas sobre Ciência, Filosofia e Religião, sob o ponto de vista de Allan Kardec.
É assim que a gente aprende a 'serenar' o coração.

Sei que é óbvio, mas só agora entendi que não adianta questionar, é claro, simples e pontual: tudo o que uma pessoa faz, fala, pensa, só o faz porque é o que estava transbordando dentro dela.
Há corações e corações.
Uns com ar, outros com sentimentos maravilhosos e outros adoecidos, tadinhos.

Jade disse uma vez:
"Só existem dois tipos de pessoas e elas só sabem fazer duas coisas: ou oferecer amor, ou pedir ajuda."

Agora, eu entendo.
Se aquele 'amigo (a)' que a gente ama tanto, não corresponde, deixa ele seguir. Até ele se curar ou ser ajudado, eu não vou mais insistir.
Se alguém insiste em se preocupar tanto se vai magoar, se vai melindrar, se a gente vai interpretar mal, é porque essa pessoa realmente tem essa intenção. Também vou deixar seguir.
Ninguém se preocupa tanto com o mal que não quer causar.
Não quero mais compartilhar do que não transborda, como o meu coração.

Mas também não vou simplesmente abandonar, não sei ser assim.
Só vou parar de tentar mostrar meu mundo, minhas cores, meus conteúdos.
Vou ficar pertinho, porque não consigo deixar de gostar dessa criação interessante, que é o ser humano.

E como é bom chegar nesse entendimento, nessa leveza interior de, ao invés de sofrer ou resmungar, respirar fundo e com toda a ternura do mundo, sussurrar para mim mesma: "Te entendo"...
Meu coração se ocupa demais, de tudo, de muito.
Meu coração transborda todo o amor do mundo.

Não é preciso estudar com profundidade o Espiritismo para entender a Lei da Ação e Reação. Você pode aprender isso com a Física e até mesmo com qualquer outra religião. Como você aplica e vivencia isso é que são outros quinhentos.

Jesus já disse há tempos: "Ama o teu próximo, como a ti mesmo."
O que não quero para mim, não quero para o outro.
Seria bem melhor o mundo se todos tivessem essa percepção.
Mas vivemos num mundo ainda num estágio parco de evolução espiritual.
Jesus disse também: "Perdoa o teu inimigo, mas não o confunda com um amigo."
Hipocrisia, ironia e, o pior de tudo, 'fingir que nada aconteceu' também transbordam de corações cheios de falsas intenções.
Quero distância desses, cada vez mais.

Quero ter o direito de não gostar das pessoas ou suas atitudes e seguir em frente, sem ter que conviver com elas, ou fingir que gosta. Bem melhor do que viver perto, com uma máscara, falar do bem e fazer o mal.
Não, não em mim, não aqui neste blog, nem em minha vida.

Há pessoas que querem ficar perto da luz e se aquecer e iluminar-se sob esta, sugar ao máximo; outras querem roubar a luz, por não ter a própria e ainda existem -e por essas que sou APAIXONADA- as que tentam criar sua própria luz.
É minha palavra favorita: LUZ.
E é por manter a minha própria luz que danço, que amo, que me importo.

Que doei uma cama, colchões, roupas, quando teve o temporal de minha cidade.
Que criei e trabalho toda semana no projeto social cultural 'Dança' que atualmente atende a 70 crianças.
Que fico até de madrugada falando com meu marido e com uma série de pessoas, tentando descobrir quem precisa de doações, palavras de conforto.
E já vi gente chorar de alegria ao receber uma roupa, uma cesta básica.
Mas também já vi gente se 'sentir mal' porque eu presenteei com uma roupa minha, que não usava mais e que achava 'a cara' da pessoa, e já vi gente reclamar que a cesta básica tinha poucos produtos.
Há os que são gratos, há os que são ingratos.
Há os que não fazem, não criam, não ousam.
Há os que ficam à espreita, colocando defeito, dando palpites, sentindo-se no direito de 'ajudar', 'melhorar', fazer 'crítica construtiva - existe? ou destrutiva - existe?' achando que estão nessa posição, claro, depois do trabalho feito, da ousadia consumada, da coragem que o outro teve ao começar.
Os árabes dizem: "Generoso é aquele que dá antes do outro pedir."
Com ousadia, eu complemento: "Especial é aquele que aceita, mesmo sem precisar."
Mas também tenho sombras. Vou desnudá-las para vocês: tenho péssimo humor, principalmente ao acordar; não tenho a menor paciência com gente que demora para responder a uma pergunta ou fica 'pensando,pensando'; tenho dificuldades em lidar com pessoas passivas, mornas, sem opinião - ou pior- que mudam de opinião de acordo com outras 'cabeças pensantes'.
Detesto e demonstro isso, ignorando a presença de pessoas maldosas, arrogantes, que fazem/fizeram fofocas. Simplesmente abomino fofocas.
Não congiso comer ou fazer qualquer coisa se tiver alguém atrás de mim ou de pé, andando prá lá e prá cá.
Não gosto de comer sem música, aliás, não gosto de passar um dia sem ouvir música.
Mas também não gosto de passar um dia sem ficar em silêncio.
Fico irada e não aceito piadas que falem de negro, japonês, judeu ou o que quer que segregue. Não, não tenho esse 'senso de humor.'
E fico sem paciência com pessoas que não sabem rir, que perderam a infância, que reclama de tudo, que se colocam como 'superiores' confundindo responsabilidade com seriedade.

Sou daquelas doidas, que saem na rua para pedir que o vizinho solte o cachorro que fica preso o dia todo; que conversa com mendigos indicando o abrigo; que vai -as vezes aos berros- falar com a mãe que bate na criança no supermercado; que grita da janela do carro, para o homem parar de bater no cavalo que conduz a charrete - sim, existem charretes na cidade em que vivo.

Cada coração me vê de uma maneira.
Louca e descontrolada, para uns;
Aquela que quer 'aparecer' para outros;
Boa, para alguns,
Ruim para outros.

Aliás, coitado de quem ainda se prender a julgamentos nessa época em que vivemos, em que amar é brega, demonstrar afeto é ser ou carente ou falsa, falar bem é puxar saco e ter opinião e colocá-la de maneira enfática é ser grossa. Quanto rótulo hein?! Fiquem à vontade para usá-los, porque não me serve nenhum.

Vivo bem tranquila, com o que tenho e faz transbordar o meu coração.
E o que transborda o meu coração?
É muito fácil de ver, de sentir, compartilhar...tem para todos...mas só se apropriam ou fazem parte, os que vêm despidos de todo julgamento e vontade de roubar a luz.
*hoje transbordou um mistério de texto, mas tudo bem...


*"Deus envia Anjos disfarçados de seres humanos. G. você é um deles!"