Pessoas Lindas!

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Ontem e Hoje

Eu já cansei desse tema, e por isso escrevo hoje: despedida.
Quero, de uma vez por todas, sanar com esse debate sobre a Dança do Ventre e suas 'inovações'. Escrevo mais para eu mesma, reflito aqui no meu cantinho e depois, não quero mais pensar nisso.
Mas fiquem a vontade para opinar, o espaço é para todas.
Apesar de nunca ter escrito exatamente sobre isso, dei uma pincelada no artigo 'De como as Coisas São (Ou querem que sejam) é bacana ler, para entender do que quero falar agora.
Ballet sempre vai ser ballet. Oito posições ou seis, dependendo da escola, mas não foge disso.
Os trajes seguem um padrão, os repertórios são dançados no mundo todo e, vez ou outra, com certeza você vai ver a mesma posição de braço, o arabesque, ou a cabeça acompanhando a mão.
E aí? Alguém fica 'brigando' por causa disso? 'Gisele' e 'O Lago dos Cisnes' é dançado pelo mundo afora, e ninguém acusa de plágio ou cópias.
A questão é: por que tanta ansiedade em discutir bailarinas de dança do ventre e cópias de coreografias ou passinhos (as populares 'combos' das americanas?)
Numa dança em que a nomenclatura não é definida e o método de ensino e didático não tem reconhecimento mundial, para que tentar fugir tanto das referências que temos ou, o caminho inverso, segui-las em toda performance?
Eu penso assim: oito tempos. Passou disso, é cópia e preguiça. Mas não venha tentar identificar 'o passinho da Lulu ou o passinho da Kahina' porque ninguém é dona de passinho nenhum. É tudo referência das que vieram antes de nós.
Eu conheço apenas uma bailarina que tem um plano de aula definido e um método, Shaide Halim. E eu a vi dançando e fiz um workshop e digo: é uma bailarina e tanto. Das melhores. Técnica, teoria e prática. Vejam o programa de aulas dela- está aqui no site. Show de bola. Uma tentativa, ela encontrou seu próprio caminho.
E acho que é assim que devemos todas caminhar. Buscando o nosso próprio caminho, sem esquecer das referências, mas também permitir as inovações. O parâmetro é apenas um: bom senso.
E como defini-lo?
A platéia responde. Pelo aplauso, pela expressão, pela 'globalização' do vídeo. A gente só divulga aquilo que aprecia. (eu, pelo menos).
E mesmo entre as queridinhas- novas ou antigas- me reservo o direito de dizer: não gosto de muitas delas. De inovações com plumas, jeans, penas, poás, eu fico bem reticente, não vou mentir. Mas daí escrachar alguém por tentar, jamais.
Eu fico com o que acho bonito, verdadeiro e que me toca a alma.
Luana Mello é polêmica no meio, porque nem todo mundo consegue identificar o hoje e o ontem na sua dança e na maneira como ela se apresenta. Eu consigo, e por isso gosto - e muito.
E das antigas, gosto apenas da Souhair Zacki. E se olhar bem de pertinho, ela estava a frente de seu tempo.
As outras 'clássicas' - dos vídeos antigos - eu respeito, tiveram sua contribuição, mas não consigo achar bonito braços dobrados, pernas abertas demais, sorriso esquisito pacas. Mas e aí, vieram antes de nós, então, merecem respeito.
Aqui eu listo de tudo um pouco.
Opinem.

Minha preferida:



Só pra ver como era:









Hoje, a técnica aliada as inovações e a diversas modalidades de dança, principalmente o Ballet.
A representação para mim, o ícone Kahina. Ela criou seu estilo. E gosto dele.



Mas de tudo isso, eu fico com ela: Carlla Sillveira.
Temos muitas, diversas outras bailarinas dignas de aplauso, com técnica, criatividade, elegância. Lulu teve sua parcela incrível de contribuição para uma dança poética e ágil, com seus giros e véus triunfantes.
Mas Carlla, viu de tudo, estudou e escolheu o hoje e o ontem, juntos.
Ela ainda é uma bailarina de Dança do Ventre. Simples, poética e imperial, como eu acredito que deve ser.