Pessoas Lindas!

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

A Dança Turca - por Morocco

Meninas todas, pensando no tema mais comentando atualmente no meio da Dança do Ventre, a ''Dança do Ventre Turca'' apresentada na nova novela ''Salve Jorge'' - que ainda não vi, mas sei que a atriz Cléo Pires irá dançar... eis um texto resumido e muito bacana da renomada Morocco, que viajou o mundo e fala com propriedade sobre diversos estilos da Dança do Ventre, escolhi aqui o pequeno trecho que cita sobre a dança com o perfil ''Turco.''
Recomendo que leiam o texto em seu idioma original, inglês e passeiem pelos diversos estilos.
*eu tenho a tradução do texto todo em algum lugar, rs, quem quiser posso enviar por e-mail.

Ela menciona duas bailarinas como referência em estudo do estilo turco: Nesrin Topkapi e Karaca Tulay

Do original http://www.casbahdance.org/  por Morocco


‘’Então, o que mais é atual ou démodé na Dança do Ventre?’’ por Morocco / 2005

• 3.Dança Turca- Com exceção de Nesrin Topkapi e Karaca Tulay, infelizmente muito do que você vê na dança Turca Oriental ** ** vídeos da década de 1980 é terrível e não é o real "turco". Muitas "dançarinas" a partir de então parecem mais entediadas, apresentando uma dança básica ou desajeitada:
excepcionalmente pouco vestidas, e mais tristonhas do que as mulheres alegres energéticas, saltitantes, e de todas as idades e tamanhos que eu me lembre de assistir ao Sulukule no final dos anos '60 's & '70' s.
Bailarinos atuais Istambul são muitos melhores e com melhor figurino. A pior parte é que os bailarinos e etnólogos, que não estavam em torno dos anos 60 e 70 e só tem essa cultura de vídeo para ir até chegar a idéia totalmente errônea de "turco" oriental.

O estilo turco real é animado, brilhante e muito alegre. Tem mais ‘’pimenta’’ do que os outros estilos. Não se usa Maksum egípcio, e sim o mais ‘’pesado’’ Chifte Telli e pode usar Karsilama rápido ou lento, da variedade regular ou Sulukule.

Os bailarinos turcos orientais não fazem trocas de roupa em seus atos como as bailarinas egípcias  fazem, nem a variedade de diferentes "quadros". Eles têm grupos folclóricos reais na Turquia, já que os turcos são muito justificadamente orgulhosos de sua herança  e dança tradicional folclórica rica, e ensinam em suas escolas de ensino médio e até mesmo têm competições de dança folclóricas anuais, com escolas participantes em toda a Turquia.’’








terça-feira, 16 de outubro de 2012

O Corpo em transição

Quando pensamos em dançar, em ser 'bailarina', muitas vezes dissociamos o trabalho extra classe no que diz respeito ao preparo do corpo.

Muitas de nós, eu inclusive, acostumam-se com a rotina dos treinos em aula, workshops e cursos e algumas vezes em casa, com os dvds didáticos. A Dança do Ventre não requer habilidades adicionais em relação ao corpo...requer? SIM!

Atualmente há uma gama de discussões acerca o praticar ou não a musculação - condicionamento físico. Mas ninguem aborda qual treino é o mais indicado e é importante saber que há uma extensa variedade deles, ao contrário do que o senso comum nos faz pensar que quem faz musculação é para ficar 'sarada'.

É preciso uma avaliação com o seu personal e investigar quais as necessidades para a nossa dança, de fato e qual a sua estrutura, o que irá suportar no treino - e adquirir de benefícios.

Muitas bailarinas que eu conheço, das modalidades contemporâneo e clássico, fazem musculação.

Na dança do ventre há uma vertente que diz que a musculação atrapalha, nos deixando rígida demais. Bem, depende do seu treino.

É preciso ter um preparo muscular, até mesmo para sustentar e auxiliar nossas articulações e músculos.

É preciso um treino cardio-respiratório para que possamos dar conta dos solos de percussão e das rotinas clássicas, sem terminar a dança arfando.

É preciso uma alimentação equilibrada para manter a estética do corpo e a manutenção de cada função vital.

Após os 30 anos de idade, o corpo entra na fase de transição perceptível. Os quilos ficam mais difíceis de 'perder', a pele começa a apresentar rugas e manchas e nossa flexibilidade já não é tão simples.

Escrevo tudo isso enquanto fico de repouso forçado devido a uma entorse no tornozelo. É leve, quase sarando, mas me fazendo refletir sobre como sou tão frágil em alguns pontos, que poderiam estar mais protegidos, por mero descuido e preguiça. Ah e me machuquei em casa, num tropeço inacreditável.

Quero começar a cuidar do corpo também para protegê-lo e me dar segurança na dança e na vida.

Que tal começarmos já um plano, uma meta, não dessas de promessa de ano novo, mas de bailarina consciente?!

Assim que meu tornozelo melhorar, será a pauta de toda a minha agenda.

Qual atividade ainda não sei, mas depois venho aqui contar para vocês.
Poxa, nem mesmo uma caminhada eu faço... mas será um novo desafio.

A escolher, várias opções: caminhada, musculação, aeróbica, localizada, hidroginástica... ah, que pena que em minha cidade não tem yoga... um novo caminho a ser trilhado.

Vamos comigo?

:)


quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Técnica e Expressão - Por Millah Marcucci




Estes dias li um texto interessante como o excesso de racionalização acaba por dissolver a essência simples, mas harmoniosa de certas coisas, bloqueando o fluxo que a nutria anteriormente de forma natural, inibindo sua expressão.
A racionalização e o estudo técnico servem para dar base para algo maior... a expressão de nossa alma, de tudo que temos dentro dela.
Já ouvi muitas vezes que a Dança do Ventre e outras danças folclóricas egípcias tem “personagens” diferentes a serem interpretados nas diversas partes da música. Hoje vejo diferente, até mesmo porque, em algumas correntes de interpretação, a personagem nasce do próprio ator. A personagem é o ator na situação e com as reações da personagem. É como você reagiria se estivesse em tal situação, com tal histórico de vida, com tais pessoas, em tal ambiente. Atuar é você na situação proposta pelo autor, o texto é um estímulo para sua interpretação.
Claro que existem situações e personagens muito diferentes do que somos hoje. Para dar vida a alguém tão diferente, temos um recurso poderoso: a imaginação. Imaginar como agiríamos se fossemos tal pessoa (personagem).     
Por que uma egípcia “sente” a música? Por que ela vive naquela realidade ou próxima dela, o preenchimento interior (sentimento) é natural...  
Por que ninguém dança samba como brasileiro? Por que faz parte da nossa realidade, crescemos com a escola de samba, o tocar do tambor toca no nosso coração. Quem não sente o tambor no coração não consegue dançar...
A bailarina dança o que ela é e da forma como ela sente. Eu danço o que eu sou. O que muda é o estímulo, que neste caso é a música e sua composição. Agora, para reconhecer e sentir este estímulo de uma cultura que não é a nossa, devemos ter contato não só com a dança, mas com a cultura e realidade deste povo representado, pesquisar como deve ser sua vida, seus sentimentos e aspirações. Além de uma base técnica, de um corpo vivo e treinado capaz de expressar o que temos interiormente.
Há um trabalho externo a ser realizado, em termos de pesquisa cultural e estudo técnico da dança, e um trabalho interno. O trabalho interno é o pensamento, a imaginação, é trazer a realidade daquele povo para a sua dança. Assim, através de um meio racional, conseguimos atingir e sensibilizar nosso meio interior, enchendo nosso subconsciente de informações a serem utilizadas posteriormente, de forma “intuitiva”.  Enquanto criamos, preenchemos os movimentos com todo este conteúdo, que, misturados às nossas vivências pessoais, transbordam em nossa dança, em expressão pura do que somos, inspirados pelos sentimentos de povos distantes. 
O momento da apresentação é o momento da consciência, da presença, da entrega, da confiança no seu processo. Não dá para se entregar com o pensamento preso em questões técnicas. Hora de dançar é hora de deixar fluir... todo o seu trabalho anterior.  

                Sou Millah e assim falei...

“As regras servem para estimular e mostrar um caminho,
não para podar a criatividade”.



*Por Millah Marcucci